https://g1.globo.com/…/mortes-em-casa-quase-dobram-no-rio-s… está mais do que na hora das pacientes serem atendidas!!! @mastologiario @sbmastologia @femama.brasil @fundacaolacorosa @oncoguia
Mortes em casa quase dobram no Rio, segundo dados do SUS
Sistema de Informações de Óbitos registrou aumento de 80% em abril e maio, e não só pela Covid-19. Quem tem outras doenças também reclama de atendimento.
Por Anita Prado, Edivaldo Dondossola e Gabriela de Palhano, RJ1
O número de pessoas mortas em casa no Município do Rio praticamente dobrou em um ano. O Sistema de Informações de Óbitos do SUS anotou, em abril e maio, 2.843 mortes em domicílios — 80% a mais que no mesmo período do ano passado, quando foram 1.573.
Segundo epidemiologistas, a dificuldade de atendimento e o medo de ir às unidades de saúde são alguns dos motivos para esse aumento.
As mortes não são só por Covid-19 — e quem sofre de outras doenças reclama de interrupções no tratamento.
No Hospital Federal Cardoso Fontes, na Zona Oeste, pacientes tiveram cirurgias oncológicas canceladas e até agora não conseguiram remarcá-las. É o caso de Renata Caetano, de 39 anos, que está com câncer de mama.
“As cirurgias estão canceladas, as consultas também. Eu estou com um encaminhamento que é de urgência, um câncer de mama avançado. E eles deram um telefone, você não consegue falar só dá que a ligação não completa”, detalhou.
“Até quando um paciente oncológico vai esperar por uma cirurgia?”, indagou.
Ainda de acordo com o sistema de óbitos do SUS, 280 pacientes de câncer morreram em casa nos meses de abril e maio — mais que o dobro do mesmo período de 2019, quando foram 113 mortes em casa.
Renata Caetano, de 39 anos, está com câncer de mama e reclama de atraso nos procedimentos — Foto: Reprodução/TV Globo
No Instituto Nacional do Câncer (Inca), referência no tratamento da doença, o problema se repete. Na unidade de Vila Isabel, na Zona Norte, os pacientes dizem que estão com dificuldade para marcar consultas.
“Eles dizem que não têm data marcada ainda para marcar essa consulta. Então, desde que começou a pandemia, as pessoas que se tratam desta doença, dessa maneira, não estão sendo atendidas pelo Inca de Vila Isabel”, disse a irmã de uma paciente.
Neusa Maria Moraes, de 68 anos, sofre de hipertensão e está internada na UPA de Rocha Miranda, na Zona Norte, com um edema no pulmão. O filho dela, Lázaro Moraes, luta há dias para conseguir uma transferência da mãe para um leito de UTI.
“Ela entrou em estado grave, com edema pulmonar agudo. O sistema não está dando vaga para ela no CTI”, disse o filho.
O que dizem as autoridades
O Inca informou que as consultas foram suspensas em março, abril e maio. Mas apenas as consultas de quem estava finalizando o tratamento foram suspensas durante esse período. E afirmou que as consultas já foram retomadas.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que Dona Neusa está na sala vermelha da UPA de Rocha Miranda recebendo atendimento e que ele tem prioridade para a transferência para uma UTI.